7 diferenças do desenvolvimento integral na saúde humana
- Andreia Ferreira Campos
- 13 de mai. de 2024
- 3 min de leitura

O que muda o imperativo da longevidade e saúde no desenvolvimento das crianças? Quais as diferenças do desenvolvimento integral na saúde humana? Que diferença faz esta nova forma de viver na escolha dos tratamentos das crianças com perturbações do desenvolvimento? Esta são duas perguntas com respostas complexas, mas talvez menos complicadas do que imagina. Venha comigo desvendar as possibilidades que o futuro reserva para a sociedade que estamos a contruir em conjunto.
É pouco comum falar de longevidade e crianças na mesma frase. Mais invulgar é falar do imperativo da longevidade e de crianças com perturbações do desenvolvimento. Estarei mais maluca do que o habitual? Ou será que, como habitual, sei alguma que a maioria das pessoas não sabe?
Faça as suas apostas. Se fosse eu apostaria na segunda hipótese, mas sou suspeita por estar emocionalmente envolvida com os temas do desenvolvimento humano.
Quando pensamos na quantidade de anos que vamos viver, nas escolhas de vida que fazemos, na saúde integral que ambicionamos alcançar, e na produção de conhecimento que resultará de todos os anos de vida que a população tende a viver de forma ativa, em que muda a educação das crianças? Em especial, quais são as novas possibilidades para as crianças com perturbações do desenvolvimento?
Se temos uma sociedade a mudar, transformar a educação para responder às mudanças é tão evidente que nem merece discussão.
O que não é tão óbvio é o que fazer com as crianças que não seguem as etapas consideradas normais do desenvolvimento.
O que traz de inovação o desenvolvimento integral para o tratamento das patologias?
1. As áreas de intervenção ficam com as fronteiras mais ténues, e a abordagem holística ou integral é a que apresenta resultados melhores e mais rápidos.
2. O trabalho em equipa é feito com os pais/cuidadores, porque as terapias servem para promover competências específicas, mas o desenvolvimento acontece no dia-a-dia.
3. Ações nas causas, e não apenas nos sintomas diretos da doença. O processo de desenvolvimento não é linear, pelo que as intervenções devem seguir o processo, não os objetivos.
4. Os objetivos serão sempre superados, as expectativas dos pais superadas, porque o potencial de evolução num processo de desenvolvimento integral é ilimitado, embora no caso das perturbações mais graves possa demorar anos.
5. As famílias aprendem sobre desenvolvimento para ajudar as crianças de quem cuidam e amam, e acabam por se descobrir. No processo de descoberta do desenvolvimento integral todos são transformados, as suas possibilidades de vida expandem-se também em contexto familiar.
6. As técnicas específicas são usadas para alavancar o desenvolvimento global da criança, nenhuma técnica isolada é solução, as soluções são o resultado da agregação de um conjunto de técnicas, incluídas num paradigma que vê a pessoa para além da doença.
7. A liberdade é a palavra de ordem.
Expandir a cada momento a liberdade de ação e de escolha dos seres humanos que se cruzam comigo, para que os apoie no seu processo de desenvolvimento da saúde.
A saúde desenvolve-se!
Desta forma a saúde é compreendida como um conceito dinâmico e evolutivo, mesmo nas situações mais graves. A ausência de saúde hoje, não significa uma sentença para o resto da vida. A evolução ganha espaço mesmo no meio das doenças.
O que fazemos para ganhar saúde e longevidade num processo de desenvolvimento integral, aplica-se, de uma forma geral, também às perturbações do desenvolvimento infantil.
As crianças com graves alterações do desenvolvimento, que ainda vivem menos anos do que as médias globais da população, passam a ter a oportunidade de viverem vidas longas e saudáveis, ainda que possam necessitar de ajudas técnicas para manter a independência – em algumas situações.
A saúde começa a desenvolver-se desde que os primeiros diagnósticos são feitos. A saúde desenvolve-se através de modelos de desenvolvimento integral que orientam as intervenções personalizadas de cada ser humano.
A humanidade dos seres humanos expande-se!
A diversidade de experiências de vida completa-nos como sociedade. As crianças que crescem com perturbações do desenvolvimento, e as superam, trazem para a sociedade uma perceção muito própria do mundo e do propósito das suas vidas.
Estas são as pessoas que nos mostram os pontos cegos do nosso paradigma social. Derretem as fronteiras do conhecimento e contribuem para a expansão da nossa consciência.
A saúde tem algo a aprender com a doença. É na doença que se procura saúde, no processo pode aprende a crescer e a desenvolver-se integralmente.
Aprender a viver integralmente enquanto adultos, significa aprender a compreender o desenvolvimento humano nas doenças das crianças. A linguagem tem um impacto gigantesco neste processo, porque aderir a um novo paradigma é como aprender uma nova linguagem.
Viva integralmente,
Andreia
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