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Respirar, Sentir, Mover


A respiração torna-se consciente quando lhe prestamos atenção. Isso é sentir. Como nos sentimos quando respiramos? Como nos sentimos quando fazemos diferentes movimentos? Depende. A forma como respiramos depende de como nos movemos e a forma como nos movemos depende de como respiramos. Venha descobrir mais sobre Respirar, Sentir, Mover e o que leva uma terapeuta da fala a juntar-se a uma coreógrafa e professora de dança num workshop de empoderamento feminino.


Movimento como nutriente protetor do cérebro


O movimento é o nutriente desconhecido que garante a saúde do corpo e da mente. Pode ler mais sobre este tema aqui.


Estudos recentes ligam o movimento à longevidade saudável, à prevenção de cancros e de doenças degenerativas.


O efeito neuro-protetor do movimento está ligado à respiração. Como respiramos quando estamos a praticar exercício influencia de forma direta os resultados que o treino vai ter no metabolismo, na recuperação dos músculos e nos ganhos em saúde integral.

Há quem defenda (com base em estudos científicos) que 20 minutos semanais de treino de alta intensidade são o suficiente para colocar o corpo em modo de combate ativo de células cancerígenas e aumentar o fluxo sanguíneo do cérebro. Não são suficiente para todas as funções protetoras que o movimento nos pode dar a longo prazo, nem se pode recomendar treino de alta intensidade para todos, mas aqueles que o praticam estão em vantagem.


Numa era em que a longevidade é um desafio, a regulação da energia física e mental constitui uma componente estrutural das nossas vidas. Saber que exercícios devemos praticar para elevar o nosso potencial humano é uma meta que devemos procurar atingir.


Com base no paradigma do desenvolvimento integral não lhe sei dizer (ainda) os tempos ideais e as frequências semanais de cada treino, mas garanto-lhe que devemos incluir coordenação, equilíbrio, força, cardio, resistência, e suavidade, na diversidade de movimentos que fazemos.


Logo eu que nasci com dois pés esquerdos!


O universo é muito engraçado. Eu nasci com uma patologia ortopédica, na verdade eram duas patologias ortopédicas, que me obrigaram a usar calçado ortopédico superpesado e a dormir com aparelhos ortopédicos durante anos.


Hoje sabemos que não é assim que se tratam estas patologias. Há época, era o melhor que havia.


Por causa desses tratamentos, corrigi as alterações do meu joelho, e fiquei com uma série de limitações de mobilidade, equilíbrio, coordenação.


Não tenho vergonha em afirmar que era das mais lentas nas aulas de educação física, nunca me dei bem em desportos de equipa (era sempre demasiado lenta) e, apesar disso, não sofri bullying.


Durante anos associei os movimentos e o desporto a outras pessoas que não eu, até que foi através do movimento que comecei a curar. Desde então dei uma nova importância ao tema e fui descobrir como aprender a mover-me ultrapassando as limitações que os tratamentos ortopédicos me deixaram.


A dança oriental e a respiração integral


Quando escolho um hobbie procuro fazer algo que gosto, ou então procuro fazer algo que não sei e que me vai dar algum tipo de vantagem ao nível do desenvolvimento integral.


Quanto maior é o desenvolvimento integral, mais funcionamos com níveis de alta performance humana.

O que por outras palavras significa, que conseguimos expressar mais plenamente o nosso potencial. Para isso é preciso evoluir a nível físico e mental, para criar novos níveis de espiritualidade ou consciência.


Primeiro criamos novas formas de consciência de nós mesmos e fazemos isso através do que sentimos e de como nos sentimos. Depois, essa consciência de si alarga-se aos outros, ao mundo.


Se se interessa sobre como funciona a consciência recomendo os livros de António Damásio como ponto de partida: O Erro de Descartes e O sentimento de Si. Tenha em consideração que estes são livros de estudo, o estudo da nossa humanidade.


Estudei tudo isso e mais, assim, sabia que ao ter aulas de dança oriental estaria a completar o que já faço e a eliminar as dificuldades que trazia da infância.


O que não sabia é que da sinergia entre a respiração integral e a dança oriental iria nascer um evento de empoderamento feminino. Não fazia ideia, quando comecei a ter aulas de dança com a Raquel que poderia surgir entre nós algum tipo de parceria que ligasse a terapia da fala à dança.


E foi isso mesmo que aconteceu!


Quando a Raquel explicou uma das técnicas mais difíceis da dança oriental compreendi que para mim não era assim tão difícil, porque envolvia a mobilidade do diafragma e a capacidade de uso voluntário desses movimentos, não para falar, mas para acrescentar beleza e a sensualidade à dança. Ou seja, envolvia o controlo da respiração indiretamente para mexer os músculos da barriga.



Ainda não domino a técnica, como referi é difícil, o que não tem importância alguma, o que importa é que esse foi o ponto de partida para juntar a respiração integral e a dança oriental.

Despois disso, começamos a explorar os benefícios a nível de flexibilidade, mobilidade, postura, amplitude dos movimentos e presença. Gradualmente, compreendemos que estes ganhos poderiam ser alargados a outras mulheres.



Desenhamos um workshop transformador para o Dia Internacional da Mulher, que tem como objetivo empoderar através da liberdade dos movimentos, combinando a suavidade e lentidão dos movimentos de respiração integral, como a velocidade suave dos movimentos mais elementares da dança oriental.


O resultado é uma transformação pessoal que não se fica pelo dia do workshop. Os ganhos continuam a integrar-se na vida das participantes ao longo de alguns dias, à medida que o cérebro dá novos sentidos aos movimentos e cria novas sinapses que expandem as redes neurais.


Os movimentos não são femininos nem masculinos, são humanos.


A capacidade de empoderamento pode estender-se a homens que não tenham em si o preconceito generalizado na nossa sociedade. Mas não agora. Este primeiro evento é dedicado às mulheres. Dá-lhes uma vantagem que tantas vezes nos foi tirada pela sociedade patriarcal em que vivemos. A vantagem de sermos livres para nos movermos como queremos.





Viva Integralmente,

Andreia

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